sexta-feira, 3 de abril de 2009

A dor da perda

A perda é sinonimo de mutilação
As vezes tão corrosiva
As vezes guilhotinada
As vezes como uma explosão...

Quem dera perder sem dor
Só os sentidos fossem perdidos

Mas se dizem que até a dor tem seu lado positivo
sendo ela o alarido do mal acontecido...
Sem dor como ficara a alma do poeta
que em versos sofre a dor da perda do amor?
A dor de tudo aquilo que lhe mutila?
Da poesia faz-lhe uma boca
que geme
que grita
que sopra a ferida. 

By Sabrina Falcão

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Empório do Seu Francisco

>>>>>> Nesse clima desértico onde vivo e caminho longas milhas, em meio a meu trajeto diário está um empório, mas não é um empório comum... na placa está escrito "Seu Francisco", minha boca seca meu corpo cansado se anima quando sabe que está chegando nesse espaço, nesse lugar que no meio do mundo, entre ruas que se cruzam e se serpenteiam, se tornou uma espécie de "oásis" ... então ali "arrio a carga do lombo" e sei que vou beber ao menos 3 copos de agua mineral...
>>>>>>Seu Francisco: Um senhor alto, moreno que já tá entre 50 a 60 anos, simpático rosto redondo digno de um baiano, nem gordo nem magro, simples, bondoso e que gosta de um aprosa.
Em seu Empório alem de ser um deposito de agua mineral, vende-se géneros alimentícios e produtos de higiene, balas e doces.
>>>>>>Logo que entro ele puxa o banquinho pra fora e pede para eu sentar... e eu... cansada que estou mesmo que tenha pressa de chegar em casa não consigo dizer não a tal convite, então ele me serve um suco, um pacotinho pequenino de salgadinho que imita o fandangos e a prosa então se inicia... de fundo o telejornal da Recor, na rua passa gente, crianças as vezes jogando futebol.... entra um e outro freguês...
>>>>>>A gente não fala da vida alheia, mesmo tendo o conhecimento de um trabalho de Doutorado que afirma ser o fuxico uma ferramenta necessária para a sociedade, para que se perceba qual comportamento é ou não aceito em diferentes grupos... Não...a gente vai conversando muitas coisas... a gente filosofa, dia desses perguntei para ele: Seu Francisco se o senhor pudesse voltar aos seu 20 anos, em meio a tanta coisa que o senhor já fez, o que é que o senhor não faria em hipótese alguma? Ele pensou um pouco, e me respondeu assim: Eu preferia morrer a ter que montar um cabaré...